07 maio 2018

Um Grande “Artista”

Este é o cartão de visitas da ilustre figura que é objeto desta postagem:

Muitos colecionadores de moedas brasileiras possuem em seu acervo algumas das “OBRAS” deste “ARTESÃO”, especialmente com moedas de aço inox das décadas de 1970’s e 1980’s. São cartelas em papelão preto onde são encaixadas as moedas, e também, caixinhas de acrílico. São facilmente encontráveis com os comerciantes e não custam caro.

Abaixo alguns exemplos:



São produtos até interessantes, que, mesmo sendo elaborados para moedas extremamente comuns, e, principalmente no caso dessa última cartela com dezenas de moedas, estar em uma forma de armazenamento imprópria às interpéries, são bonitas para exposição em alguma parede.

Mas as obras do famigerado artista não pararam aí. O que poucos sabem é que o “artesão em moedas” descrito no cartão de visitas é no sentido literal mesmo, pois também fabricou algumas réplicas muito bem feitas de moedas de outras épocas, especialmente moedas mais difíceis, caras ou raras da República. As peças são bem feitas, e enganam aos leigos. E por isso mesmo, comerciantes de má índole as empurram no mercado como sendo legítimas, e os desavisados as compram.

Seguem alguns exemplos:


500 Réis 1911
Crédito das Fotos: Bruno Pellizzari



500 Réis 1922 «BBASIL»
Crédito das fotos: Ricardo Forte

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Consegues dizer qual das três moedas é falsa? Se disse que duas delas são falsas, acertou!


As fakes do ilustre “Artesão de Moedas” Moise Gabbai são reconhecíveis não só pela gravura do design possuir pouca profundidade, mas principalmente pela serrilha, que se assemelha a uma “roda dentada” de engrenagem de máquina, com os dentes em alto relevo. Nas moedas originais, a serrilha é sulcada, em baixo-relevo.

Por serem já “antigas”, muitas já irão possuir pátina.

Fiquem atentos com as moedas mais caras da República Velha, por exemplo: 500 Réis 1911 e 1912, além da 500 Réis 1922 BBASIL, e também com a 500 Réis 1932 da Série Vicentina (João Ramalho, “coletinho”). Ainda, as 2.000 Réis 1891, 1896 e 1897, a difícil 20 Réis 1927 e também o “Casal de 35”, de 50 e 100 Réis 1935, etc.

Muitos comerciantes de moedas, especialmente os leiloeiros do Facebook, tem o hábito de fotografar as peças somente em seu anverso e reverso. Para moedas de maior valor, em caso de interesse na peça, sugiro aos amigos solicitarem também fotografias da SERRILHA, além de fotos na Balança e Paquímetro, cujos dados devem coincidir EXATAMENTE com os dados técnicos constantes nos catálogos, especialmente para moedas de bons metais. Qualquer inconsistência, porosidades no metal, serrilha de “roda dentada”, é sinal pra ligar o alerta.

Por falar nisso, que tal olhar agora mesmo as peças da sua coleção?

Deixe abaixo o seu comentário.

06 maio 2018

Aberrações Numismáticas

Já dizia Bezerra da Silva: «Malandro é malandro, mané é mané».

APRENDA: No mundo do colecionismo, seja de selos, cédulas, moedas… O que for! Qualquer peça que tenha a MÍNIMA suspeita de ter sido forjada, adulterada ou falsificada, provavelmente o é mesmo. As originais não deixam a menor margem pra dúvidas ou questionamentos.

DE TEMPOS EM TEMPOS, surge, no mundo da numismática, determinadas "aberrações" criadas no fundo do quintal, por gente inescrupulosa, com a intenção de enganar os colecionadores, que, junto com alguma estória extravagante, incrível e mentirosa, acaba se tornando uma espécie de “lenda”. E, mais incrível ainda: Mesmo sendo exaustivamente publicado que tais peças são FALSAS, ainda há os OTÁRIOS desprovidos do mínimo conhecimento sobre o assunto, que as compram por valores estratosféricos!

Pra citar exemplos, anos atrás surgiram as tais “Moedas Obsidionais Holandesas” de uma suposta “Botija” encontrada em Rio Formoso-PE, botija essa que com o tempo se mostrou um “botijão” do tamanho da caçamba de um caminhão, haja visto o grande número dessas peças no mercado numismático e nas mãos de colecionadores. Foi uma verdadeira febre, e até mesmo numismatas com alguma experiência derramaram muito dinheiro nessas peças.

Mesmo com numismatas de peso tais como Kurt Prober e outros dizendo em suas publicações que as mesmas são FALSAS MODERNAS, cunhadas de maneira absolutamente tosca, com ferramental moderno, demonstrando com detalhes que os cunhos são totalmente diferentes das peças sabidamente originais, e que até o teor de milésimas dos metais (Prata e Ouro) não conferia com as originais, (sendo as falsas de teor muito abaixo), e indo contra e batendo de frente com grandes comerciantes estabelecidos, ávidos, por ganância, em simplesmente auferir lucros às custas dos imbecis, ainda hoje, passados 40 anos de seu surgimento, essas porcarias ainda tem aceitação entre muitos colecionadores. Mas somente entre os estúpidos, claro. Numismatas não perdem tempo com esse lixo.

Recentemente, surgiram moedas de 1 Real com dois reversos, as quais denominaram de «1 Real Bifacial». A estória extravagante da vez é que foram encontradas circulando, nos trocos do comércio. Todas com a mesma data de cunhagem de 2008, mas somente foram encontradas de 2015 em diante. E pasme: Muitos anos circulando de mão e mão, e todas as peças ainda apresentam forte brilho de cunhagem e nenhuma marca ou batidinha ou arranhão! Curiosamente, todas indo parar nas mãos do mesmíssimo comerciante, que, curiosamente, manda fabricar álbuns para moedas brasileiras na China.

Não vi, até o presente momento, um ÚNICO colecionador SÉRIO ou uma única ENTIDADE NUMISMÁTICA se pronunciando à respeito dessa peça, de forma a tratá-la como legítimo erro de cunhagem. E acredito que não verei. Ao ser oferecida nas feiras e encontros, todos olham, mas ninguém compra. Pelo contrário, de todos os reconhecidamente sérios, as opiniões são diversas entre cunhagem oficiosa feita por algum funcionário da CMB para auferir lucros exatamente sobre os colecionadores, ou fabricadas na China, ou em algum fundo de quintal utilizando discos sem cunhagem provavelmente originais, mas NENHUM as atesta como legítimas.

A história se repete, e sempre aparecem comerciantes que, seja por não conter o mínimo estudo sobre numismática (tendo apenas experiência no COMÉRCIO – COMPRA E VENDA – de numismas), seja pela ganância desmedida, irão legitimar tais peças como sendo originais. Foi assim no tempo das “Obsidionais Holandesas” e está sendo assim novamente. Eis que um desses até emitiu um certificado fajuto em seu nome:


Certificado Fajuto não vale NADA!


Pelo próprio “Certificado” aufere-se o pouco – eu diria NULO - conhecimento numismático daquele que o assina. A começar, o certificado diz “com anverso normal e reverso idêntico”. O suposto e alegado “PERITO NUMISMÁTICO” não sabe nem mesmo o básico da numismática, ou seja, o que é um anverso e um reverso de uma moeda. Já explicamos aqui no «Caderno Numismático», o qual repito:

O ANVERSO é o lado principal das moedas. Na maioria das moedas do mundo, consta a cabeça (efígie) do monarca reinante, ou uma efígie iconográfica que simboliza a personificação de um regime republicano. Então segue-se a lógica de que a efígie não pode estar de cabeça pra baixo. Não constando uma efígie, o anverso será onde consta a informação de maior importância, ou seja, o nome do País emissor. O REVERSO será, logicamente, o outro lado, de menor importância.

Na moeda de 1 Real atualmente circulante, há a Efígie da República e o dístico “Brasil” no mesmo lado, sendo este o lado principal da moeda, ou seja, o anverso. Tal informação pode inclusive ser conferida no site do Banco Central.

Portanto, o souvenir em forma de moeda apresentado no tal “certificado” apresenta DOIS REVERSOS.

O “certificado” continua dizendo com “…em posição de 180º em relação ao anverso”. Então o souvenir está com o chamado “reverso invertido”? Oras, as moedas do Plano Real são emitidas com “alinhamento moeda”, onde um lado fica de cabeça-para-baixo em relação ao outro. Logo, se o respectivo souvenir está também nessa posição, então a posição é de 0º. Pra ser 180º o souvenir teria que ter “alinhamento medalha” e ser “reverso invertido”. Também já expliquei sobre os alinhamentos, confira o post «Rotação de Cunho». E “em relação ao anverso”, novamente: A peça apresentada não possui anverso, e sim, DOIS REVERSOS.

O fajuto documento continua: “Sobrepondo as imagens dos dois lados, verifica-se que existem pequenas diferenças nas mesmas, o que caracteriza a utilização de dois cunhos diferentes”. Mais ridículo do que isso, impossível. É óbvio que são dois cunhos. Onde foi visto baterem moedas com um único cunho??

Antes de tudo, cabe dizer que fui eu mesmo quem orientei um membro da Sociedade Numismática Brasileira amigo desse comerciante a fotografar a peça em boa resolução e sobrepor as imagens com uma moeda de 1 Real 2008 comum, para comparação dos cunhos. Logo, se eu não tivesse dado essa informação, o tal “PERITO NUMISMÁTICO” que confeccionou esse certificado usando um poderoso instrumento científico denominado “OLHÔMETRO”, sequer teria se dado a esse trabalho. O fiz porque imaginei que com seus 300 anos de experiência no ramo, o sujeito teria chegado à mesma conclusão que eu cheguei: Os cunhos simplesmente NÃO BATEM e NÃO SÃO IDÊNTICOS com as variantes de cunho encontradas nas peças de 1 Real 2008 legítimas. Portanto, NÃO PODEM ser originais, cunhados na Casa da Moeda. Mas ficou evidente que o tal ‘’PERITO’’ não sabe o que são ‘’Variantes de Cunho”, como aliás não sabe sequer a diferença entre ANVERSO e REVERSO. Aí fica difícil.

Com esse episódio, também ficou a descoberto que não há NINGUÉM dentro da Sociedade Numismática Brasileira com conhecimento técnico suficiente sequer pra atestar a originalidade ou não de uma simples peça circulante do Plano Real (o que dirá das moedas raras da numária brasileira, República, Império e Colônia?).


Imagem 1: “Bifacial” de propriedade de colecionador particular. 


Imagem 2: Outra peça “Bifacial”, de propriedade particular de outro colecionador.


Imagem 3: Reverso de moeda de 1 Real 2008 legítima, normal, sem anomalias, circulante no comércio.


Não precisa ter equipamentos caros ou um grande conhecimento numismático para verificar que os traços do grafismo marajoara das moedas “Bifaciais” são diferentes e muito mais finos do que no exemplar original circulante, além de inúmeras outras pequenas diferenças em todo o design. Basta brincar de “jogo dos sete erros” e qualquer um verá as inconsistências.

Isto poderia ser explicado com a existência das “Variantes de Cunho”.

Variantes de Cunho são, grossamente explicando, cunhos novos confeccionados para bater peças de um mesmo design. Nisto, podem ocorrer pequenas alterações ou correções – propositais ou não – no design das peças. Os cunhos vão batendo as moedas até se desgastarem ou quebrarem, e como a tiragem da produção ainda não foi finalizada, forjam-se novos cunhos, e aí podem haver mínimas diferenças com relação ao cunho anterior. Isto é algo corriqueiro na numismática, em todas as moedas de todos os países e épocas existem as Variantes de Cunho. Um caso recente e bastante notável é o da moeda 5 Centavos 2007, cujo anverso possui 13 linhas paralelas, e uma variante de cunho nova, surgida depois, com 12 linhas:

Imagem: Boletim #37 da Sociedade Numismática Paranaense.
Moeda de 5 Centavos 2007, que existe com duas variantes de cunho, com 13 traços e com 12 traços.
As variantes de cunho ocorrem em quase todas as moedas circulantes do Plano Real, (mais raramente nas comemorativas)
e até mesmo dos outros sistemas monetários.


No entanto, até hoje, mesmo analisando milhares de moedas de 1 Real 2008 circulantes no comércio, as quais temos TODAS fotografadas, NUNCA encontramos essa variante de  cunho com os traços do grafismo marajoara mais finos tal como apresentados nas “bifaciais”. Trata-se de uma “exclusividade” das mesmas. Esse fato por si só impede a possibilidade de algum funcionário ter – por engano - inserido 2 cunhos de reverso na máquina de cunhagem, e abre a possibilidade dessa cunhagem ter sido feita FORA do ambiente da Casa da Moeda, utilizando discos originais em branco (pois o peso e diâmetro das peças confere com as originais).

Só isso já basta pra darmos esse souvenir como FALSO, taxarmos esse certificado como FAJUTO e inclusive acionarmos a Polícia Federal para que investigue esse derrame de moedas circulantes falsificadas no mercado, com seus cúmplices dando certificados de autenticidade. Sei inclusive quem é o vendedor dessas aberrações. Mas ainda há muitos outros aspectos que deixam evidente que tal peça com dois reversos simplesmente não pode existir “por engano” ou por “erro de cunhagem”: Os cunhos de anverso e reverso das máquinas de cunhagem da Casa da Moeda possuem encaixes diferentes, não só porque um cunho é “fixo” enquanto o outro é o “martelo”, que bate no disco, mas JUSTAMENTE como medida de segurança pra impedir que sejam inseridos dois cunhos idênticos na máquina. E isto sempre foi assim, e não “desde 2012 as coisas mudaram, por causa do erro ‘mule’ da moeda 50 centavos sem o zero”, tal como um boato que espalhou-se pela internet, com o único intuito de tentar legitimar tais peças com dois reversos.

Há ainda muitos outros detalhes nessas “bifaciais” que diferem radicalmente das moedas originais circulantes de 1 Real 2008, e não só no design, porém deixarei para explicá-las em uma publicação que sairá do prelo em breve.

Enfim, isto mostra apenas que sempre existiram e sempre existirão tais tipos de comerciantes de MÁ-FÉ, gananciosos, que sempre tentarão empurrar o mero lixo como raras numismas aos colecionadores. Aliás, esse mesmo comerciante já é bem conhecido no meio, por vender moedas limpadas como sendo “flor de cunho”, e cédulas dobradas e furadas como “flor de estampa”. Temos quase 2 dúzias de testemunhos de diferentes compradores que se deram mal com o mesmo. Agora, temos até um “certificado” fajuto.

Também fica evidente que aqueles que se dispõem a colecionar moedas anômalas, simplesmente não possuem o mínimo conhecimento técnico, que é adquirido através de ESTUDOS, que expliquem as causas das anomalias que eles mesmos tem em suas coleções! Essas pessoas não são numismatas, são meros juntadores de moedas anômalas ou fora do padrão. Em poucos anos terão desanimado e se evaporado do mundo da numismática, vendendo suas coleções a 1/10 do valor pago.

Existe o velho ditado: Nesse mundo existe gente tão pobre, que o único que tem é dinheiro. Este é o caso.

Resta agora tratar de outro assunto: As FALSIFICAÇÕES CHINESAS, que estão abundantes no mercado numismático nacional, inclusive com colecionadores de suposto e alegado “renome” as comercializando. Outro dia me deparei com este anúncio no Mercado Livre:


A peça original vem com estojo, certificado, e é em Prata, e não “folheada” a ouro dourado e com uma cunhagem de tão baixa qualidade.

Mas pasme, 1.522 pequenos padawans compraram essa coisa, SÓ DESSE VENDEDOR, sem contar as dezenas de vendedores que há dessa peça, só no Mercado Livre. Agora faça as contas: R$ 23,90 x 1.522 = R$ 36.375, só com esse único souvenir, valor mais do que suficiente pra adquirir uma boa moeda 20.000 Réis de Ouro da Casa da Moeda de Vila Rica. Eu fiquei pensando: Não tenho isso investido na minha coleção numismática. Nem perto disso.

O que pretendo aqui é mencionar o seguinte: Na época das “Obsidionais da Botija”, alguns numismatas de peso como Kurt Prober e outros botaram a “boca no trombone” e denunciaram essas peças como sendo FALSAS, inclusive publicando livros sobre o assunto. Hoje o mesmo ocorre com as “Bifaciais”, e com as “Falsificações Chinesas”, mas… Não temos mais o Kurt Prober e outros para denunciar esse mercado criminoso. Apenas os avisos boca-a-boca de sempre.

Mesmo sendo alertados, alguns colecionadores inacreditavelmente ainda continuam adquirindo essas coisas, e fomentando esse mercado, que repito, é CRIMINOSO. Um desses cretinos, proprietário de uma das “bifaciais”, inclusive teve a capacidade de adquirir OUTRA peça, mesmo com todos os alertas e a calorosa discussão acerca da legitimidade das mesmas. Tudo para “ganhar likes” no facebook, e encher o ego. Que vidinha miserável tal sujeito deve possuir!

Mas, eu não tenho nada com isso, certo? Então, assim sendo… Eu é que não vou mais perder o meu tempo dando uma de “Paladino da Justiça” como Kurt Prober fez no passado. Sinceramente, quero que se danem. Cada um que sabe de si. Colecionismo, ainda mais a numismática, é, antes de mais nada, ESTUDO. Se o colecionador não se dispõe a estudar, e mesmo sendo avisados por gente idônea e experiente de que determinada peça possui procedência duvidosa, ainda se dispõem a pagar caro nessas coisas, então tem mais é que se ferrarem mesmo. O dinheiro é deles, e são eles quem vão deixar pirataria chinesa e falsificações baratas a seus herdeiros, e não eu. Querem comprar bifaciais, então que comprem às dúzias. Querem falsas chinesas, comprem-nas aos kilos. Eu não ligo a mínima, estou me lixando. Façam rifas delas, se quiserem. Como colecionador, faço a minha parte com este blog e aponto que isto NÃO É numismática. Mas não irei recriminar mais os vendedores dessas coisas. Cada um com seu cada um. Cada cabeça, uma sentença. Cada um, que busque se instruir da melhor forma possível, e quem não investe nisso, corre o risco de rasgar dinheiro adquirindo o lixo chinês pra coleção.

Na MINHA coleção particular, essas coisas simplesmente não entram, nem mesmo como curiosidades, nem se vierem de graça. Faço o possível para me tornar um especialista nas moedas que coleciono, pois assim dificilmente serei enganado. No caso de moedas mais caras, eu não compro antes de estudar cada mínimo detalhe, pra ter a certeza de estar comprando uma peça ORIGINAL. O conselho que dou é que façam o mesmo: Tornem-se ESPECIALISTAS naquilo que colecionam, estudem, pesquisem e leiam ao máximo sobre os objetos de suas coleções.